"E a galera no Beira-Rio"

4.4.09



A primeira lembrança de uma conquista de campeonato foi em 1992. Eu era uma criança de prédio, então eu brincava com os vizinhos no próprio edifício. Era um domingo qualquer. Por mais maravilhoso que fosse o dia, a expectativa de segunda-feira com aulas pela manhã nunca era agradável.

Voltei para casa para terminar a tarefa do colégio, mas como o dever era sempre deixado para a última hora, liguei a televisão e vi o escudo do Inter piscando com as letras: "Campeão da Copa do Brasil". Naquela época eu ainda era uma pessoa normal, não dava muita atenção para o futebol.

Cinco anos depois, já apaixonada pelo Inter, vi meu time ir bem no Campeonato Brasileiro com direito a vencer seu maior adversário em uma partida histórica por 5 a 2, além de alguns meses antes ter conquistado o Gauchão em cima do mesmo clube. Mas, a alegria não durou muito e nas últimas partidas, o Colorado foi ficando para trás. Foi uma decepção. Nos anos seguintes, o time nem chegava perto do que havia sido naquele ano.

Em 2005, quando íamos colocar finalmente a mão na taça, houve aquele incidente que prefiro não comentar hoje por ser um dia de festa.

Em 16 de agosto de 2006, vi meu time ser campeão em cima do São Paulo na Libertadores. Lembro-me de estar entrando no supermercado (sim Lili, no Valmarte) e ter pensado, "este ano o Inter poderá ser campeão do mundo", algo que antes parecia distante para um time que nadava e morria na praia. Em um milésimo de segundo tive esperanças, sim, era possível. Aquele pequeníssimo momento logo deu lugar ao medo. A expectativa era boa e não queria que o dia da decisão, novamente em um domingo, chegasse. E se o Inter perdesse? Era melhor então congelar o dia anterior. Parar no tempo, deixar 16 de dezembro de 2006 para sempre se repetindo como no filme Feitiço do tempo.

Acordei no dia seguinte sem nenhum dia da marmota para comemorar. O dia 16 não havia se repetido. No dia do aniversário de Erico Verissimo, gremista, o Inter não seria campeão, pensava eu. Mas sempre havia uma pequena esperança, e eu ficava imaginando ver novamente o escudo do Inter piscando e desta vez escrito: "Campeão do Mundo".

Adriano Gabiru marcou um gol para o Inter no segundo tempo. O Barcelona começou a atacar mais. Ronaldinho Gaúcho, ex-gremista, ia cobrar uma falta e Galvão Bueno gritava: "agora é grenal, agora é grenal"! A bola, para meu alívio, não entrou e vi uma careta se esboçar no rosto de Ronaldinho. E nada mais para eles. O Inter ganhou o mundo.

Poderia falar de outras conquistas como a Sul Americana ou a Copa Dubai ou a Tríplice Coroa, mas eu iria me estender muito. Para finalizar, Internacional de Porto Alegre, o único campeão de tudo, hoje completa 100 (cem) anos de história.

4 comentários:

* disse...

Que liiiiiiiiindo, prima!
Como diz a campanha do Centenário, "Ah, Colorado...que bom ter nascido teu torcedor..."
:D

Eugenio disse...

Vc poderia ter colocado o 100 em cima do símbolo do Inter. Acho que ficava melhor. Escreveu muito bem, mas sabe minha opinião sobre este esporte. Beijos!

Denise Machado disse...

Hahahahahahahahahahaha.

Eu prefiro comentar!

Que incidente? 2005? Ah... Quando queriam ganhar no tapetão? Com história de juíz ladrão e tal?

Ai Lu, assim, se formos falar disso nossa amizade acaba? Acaba nada! Estou extremamente feliz com a eliminação do Grêmio ontem...
hahahahahahahahahahahahahahahahaha

valéria mello disse...

Sou corintiana mas achei uma palhaçada o que aconteceu em 2005. E torci muito pelo Inter na final do Mundial. Parabéns pelo centenário!