Enfermidade política

25.2.11


Alguns médicos querem se descredenciar dos planos de saúde sob o argumento de receberem pouco por cirurgias e consultas. Eles têm todo o direito de atenderem somente a consultas particulares. Em média, recebem R$ 42,00 por ela. O problema é que muitos desses profissionais atendem o paciente em menos de dez minutos, quase expulsam as pessoas de suas salas.

Se compararmos com um professor do Ensino Médio, o médico, mesmo recebendo o repasse de R$ 42,00, recebe bem. O professor precisa dar 50 minutos de aula para turmas com mais de quarenta alunos para receber míseros R$ 15,00. Além de suportar uma sala sem ventilação e alunos muitas vezes agressivos, trabalham sob estresse. O médico The Flash, com seu ar condicionado ligado, pode, em 50 minutos, atender dez pacientes e por cada um receber R$ 42,00, ou seja, R$ 420,00 e o professor continua com R$ 15,00. Nada justifica, a não ser manter o alto padrão de vida, que os profissionais da saúde creem que merecem e os da educação, não.

São profissões fundamentais, mas uma não vale mais do que a outra. Ambos os profissionais deveriam ser valorizados e não nos esqueçamos daqueles que trabalham em hospitais públicos com equipamentos precários, não podendo fazer muito pelos doentes.

Nosso rico país ainda repassa pobres verbas para as áreas da educação e da saúde. Se tivéssemos saúde de qualidade, não precisaríamos pagar caro pelos planos de saúde. E é sim uma obrigação do governo, está na Constituição, pagamos altíssimos impostos e o que vemos são verbas constantemente desviadas.

O senador Cristovam Buarque apresentou um projeto de lei em que qualquer político eleito, seja municipal, estadual ou federal, deverá matricular seus filhos em escolas públicas. De repente aí quem sabe nossos governantes fariam algo pela educação. Mas, também ficaria interessante se fossem obrigados, quando necessário, serem atendidos somente pelo SUS.

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