Isso que você sempre fala quando toca o interfone para entrar no prédio do amigo, do namorado, da tia, de quem quer que seja, "abriu", neste caso com u, é o mês, neste caso com l, que na pronúncia não muda de som (veja lá professora de Linguística I, aprendi, não é letra, é som), apresenta o mais lindo entardecer (eu ia escrever crepúsculo, mas a modinha do livro e do filme me impedem) no hemisfério sul por ser outono, repare você como é belo o pôr do sol, mais precisamente as nuvens, como ficam belas em vários tons, amarelo, rosa, alaranjado, são mais bonitas do que o arco-íris (que ainda se mantém com hífen, apesar da nova ortografia), porque não precisa chover e fazer sol para estarem lá, se desenham em formas variadas, não apenas arco que logo desaparece, se transformam em segundos noutras cousas, basta ser abril, durante o mês inteiro, olhe sempre para o céu depois das 18 horas e presencie um dos mais belos crepúsculos (pronto, falei).
O outono de azulejo e porcelana
Chegou! Minha janela é um céu aberto.
É esse estado de graça cotidiana
Ninguém o tem sob outros céus, decerto!
Agora, tudo transluz... tanto mais perto
Quanto mais nossa vista se alontana
E o morro, além, no seu perfil tão certo,
Até parece em plena via urbana!
Tuas tristezas... o que é feito delas?
Tombaram, como as folhas amarelas
Sobre os tanques azuis... Que desaponto!
E agora, esse cartaz na alma da gente:
ADIADOS OS SUICÍDIOS... Simplesmente
Porque é abril em Porto Alegre... E pronto!
Mario Quintana
Um comentário:
Sabe o que eu gosto no seu blog, fora eu ler ele com exclusividade antes dos outros? É a simplicidade e a profundidade de seus textos. Eles são gostosos de ler, rápidos de assimilar e faz a gente esboçar um sorriso quando menos se espera. Escreva mais e mais.
Bjs, te amo.
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