Depois de ainda não ter passado a assunto "morte de Michael Jackson", venho eu aqui falar mais seriamente. Se vai ou não mudar a opinião dos outros, não sei, mas a minha com certeza mudou antes de ele ter morrido.
Sou um ser que não gosta "dos mais ouvidos" ou "dos mais assistidos" ou "dos mais lidos". Cansa, sabe? Fui, por exemplo, ter conhecimento de Amy Winehouse quando disseram não aguentar mais elogios lançados a ela. Pedi um minuto de silêncio para escutá-la e me apaixonei por sua voz. Essa não teve jeito, tive que me render. Foi uma exceção.
Não sei quando foi meu primeiro contato visual televisivo ou auditivo com Michael Jackson. Pode ter sido no filme Ben, o rato assassino em que todos lá em casa torciam pelos ratos devoradores de humanos. A música Ben cantada por Michael Jackson adolescente tocava no filme exibido pelo SBT. Não me lembro bem ao certo, mas do primeiro disco dele lá em casa eu me lembro muito bem. Meu irmão ganhou Bad e como tudo o que meu irmão gostava, eu era contra e vice-versa.
O pior foi quando Dangerous foi lançado e uma amiga escutava sua fita K7 exaustivamente. Não aguentava mais tudo aquilo, o mais tocado! O escândalo de assédio sexual contra um menino surgiu nessa época. Por um motivo desconhecido, nós pessoas comuns sempre vibramos com um acontecimento assim, e aí entra o que disse Tom Jobim: “Sucesso no Brasil é ofensa pessoal”. Eu acho que não é só no Brasil. É algo curioso, como nós, que não temos contato com o estrelato, gostamos de ver os famosos na lama. Vibramos, condenamos quando o caso é só uma suspeita.
Comecei a analisar a figura Michael Jackson e a humanizá-la. Tentei entender a causa de sua mutação, de seu rosto e do tom de sua pele. O que leva uma pessoa a fazer isso? Não é concordar e sim entender.
Marcos Mion, apesar de brincar sempre em seus programas na MTV, escreveu algo sério e certo em seu blog, lembrou que Michael Jackson foi uma criança forçada a ser adulta, era sempre ridicularizado por sua família e por isso mudou totalmente sua aparência por acreditar que realmente era medonho. Vale lembrar: nos campos de concentração, os judeus foram convencidos pelos nazistas de que eram inferiores, como se fossem sub-humanos. Não vejo muita diferença dos nazistas e dos que colocavam Michael Jackson para baixo. Prova disso era seu rosto desfigurado que parecia ser uma máscara.
Apontar Michael Jackson como uma aberração e condenar o aluno que zomba de seus colegas porque a orelha é de abano é contraditório. "Ah, mas Michael Jackson é famoso". Sim, é famoso, mas acima de tudo e o mais importante, é também um ser humano. Quanto às acusações de assédio, bem ou mal, foi inocentado. E se realmente assediou as duas crianças, isso não é motivo de piada, ao menos não para as crianças que sofrem ou sofreram com esse tipo de monstruosidade. No entanto, filmes como Todo mundo em pânico e Família Adams tiraram proveito disso e fizeram piadas de mau-gosto. O humor fácil na maioria das vezes é o mais politicamente incorreto.
Ben
Ben, the two of us need look no more
We both found what we were looking for
With a friend to call my own
I'll never be alone
And you, my friend will see
You've got a friend in me
(You've got a friend in me)
Ben, you're always running here and there
(Here and there)
You feel you're not wanted anywhere (anywhere)
If you ever look behind
And don't like what you find
There's something you should know
You've got a place to go
(You've got a place to go)
I used to say "I" and "me"
Now it's "us", now it's "we"
(I used to say "I" and "me"
Now it's "us", now it's "we")
Ben, most people would turn you away
(Turn you away)
I don't listen to a word they say
(A word they say)
They don't see you as I do
I wish they would try to
I'm sure they'd think again
If they had a friend like Ben
(A friend)
Like Ben
(Like Ben)
Like Ben
Um comentário:
Luiza séria e sisuda. É o lado jornalistico analítico dela aflorando do âmago de seu ser.
Sem comentários. Beijos.
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