Bodas de ouro

30.12.08



Cinqüenta anos de casamento. Ainda tenho dois dias para usar tremas. Minha tia, irmã de meu pai, Maria Inês e meu padrinho, José Leonardo hoje comemoram as bodas de ouro. Meu tio sempre encantou as crianças com seu jeito sereno. Fazia qualquer criança manhosa parar com a choradeira com um simples colo. Eu fui um exemplo de criança dengosa e me acalmava com ele. E olha que ele é magrinho, nada de colo fofinho não.

Minha tia é uma dessas mulheres fortes e inteligentes. Nunca a vi chorar, nem mesmo quando faleceu sua irmã mais velha no ano passado. "Sentimos que nunca acaba de caber mais dor no coração, mas não choramos à toa" cabe como uma luva para sua personalidade.

Hoje haverá missa e almoço para comemorar esses muitos anos de vida juntos. Escrevo não por causa das bodas ou da comemoração, mas do que havia no convite, além de uma belíssima foto do casal, o pedido de presentes: "aceitamos cobertores e/ou jogos de lençóis (solteiros), que doaremos a instituições de caridade".

A solidariedade, um gesto simples e grandioso, afinal, como disse minha tia, "já temos o suficiente". Muitas vezes damos presentes caros para quem tem mais dinheiro e coisas bobas para os menos abastados. Para quê? Para mostrarmos ostentação aos mais endinheirados e indiferença aos mais pobres? Por isso, Maria Inês e José Leonardo são exemplos a serem seguidos.

2 comentários:

Quase freira, nunca santa... disse...

Se ela tivesse chorado seria à toa pelo fato de não poder mudar o ocorrido?
De qualquer modo, deu uma vontade de saber mais da sua tia, sabia?

Eugenio Hoch Junior disse...

eu quero um post novo!!