Os metaleiros também amam?

22.10.08



Tudo começou com uma flauta. Foi na escola, não sei dizer ao certo, mas umas pessoas foram na sala de aula mostrar o método de ensino da aulética (escrevi isso só para me achar). Faziam de propósito, só para as crianças ficarem com vontade e encherem a paciência dos pais. Comigo não foi diferente. Uma semana depois, lá fui eu pra casa levando debaixo do braço um estojo com a flauta, uma fita K7 (menores de 15 anos, perguntem à mamãe o que é isto) e lições com partituras.

Tão doce e pura, coitada, quatro anos depois foi substituída por um pequeno teclado com 99 opções de sons de instrumentos diferentes. A diversão era escutar o som de cada um. Depois de passada a novidade, ouvia as músicas gravadas que o teclado possuía e tentava reproduzi-las. Um horror, era o dia inteiro tocando Yesterday nos ouvidos da família.

Não contente, passei para o violão e planejei uma estratégia. Pedi o novo instrumento ao meu pai que no início recusou, pois eu já possuía flauta e teclado. Encontrei um curso bem barato, mas o aluno deveria levar o violão, então, meu pai cedeu. A pestana me fez muitas bolhas nos dedos. Depois de muito custo, minhas mãos viraram cascos a ponto de perderem a sensibilidade. Troquei as cordas de aço por cordas de nylon, mas as impressões digitais já eram.

A maior culpada da próxima etapa foi Rita Lee. Vi na Capricho (uau, que intelectual) que a roqueira pediu de presente uma bateria quando completou 15 anos de idade. Como eu não tinha vontade alguma de fazer festa de debutante, escolhi mais um instrumento de corda para minha coleção, uma linda guitarra vermelha e branca (algo a ver com o Inter? Imagina!).

Com a influência dos sambas de Chico Buarque, comprei aos 18 anos um tamborim por R$10,00 no Palácio Musical. Acompanhei vários trechos de Vai passar. Era Chico no rádio, eu batucando e coro com uma mistura de "o estandarte do sanatório geral, vai passar" e "Luiza, pare já com essa barulheira".

Mesmo sabendo tocar muito pouco de cada um deles, ainda guardo todos com muito carinho. Não entendo certos roqueiros que destroem tudo ao final do show. Não pensam em nós que um dia babamos em frente às vitrines vendo uma guitarra, bateria ou baixo dos sonhos, sem poder aquisitivo para comprar.

P.S. Um dia ainda hei de chegar com um saxofone em casa.

10 comentários:

Eugenio Hoch Junior disse...

Eu acredito ser a única pessoal no mundo que mora com "uma banda de uma mulher só".
Além de escrever bem, muito bem (pelo menos na minha concepção, a Luiza escreve muitíssimo bem) ela também é multiinstrumentista. Agora, se ela aparecer com um saxofone e ficar tocando a trilha do filme Um Tira da Pesada...ai meus zovidos.... Beijos querida linda.

Anônimo disse...

olá luiza, q bom t conhecer!
obg pela visitinha.

taí algo q nunca m arrisquei: instrumentos musicais. nem curiosa eu sou e nem pique pra isso tenho, o q axo uma pena pq esse mundo musical com certeza é mto rico culturalmente e as pessoas q o conhecem se enriquecem.
Até o momento pra mim tá o suficiente ouvir. nem cantar, nem tocar, nem dançar... só ouvir.
Ainda bem q os musicistas precisam d platéia, rsrsrsrs.

mudando de saco pra mala,
antes de colocar o meu contador, fiz umas pesquisas na internet. descobri q eles ñ são exatos qto ao nº de visitas e sim aproximados, por isso é bom instalar dois e tirar uma média. No meu tenho só um. tentei instalar outro, considerado melhor e com mais disponibilidades d estatísticas (segundo os internautas) mas ñ rolou.
acredito q as pessoas d outros países acessem o meu blog. Até rastreei alguns deles e deixei uma msn lá no blog deles, para outros mandei email.
claro q cada um acredita no q quiser... agora, coincidências ou ñ, é fato q alguns desses contatos q vieram através d blogs eram exatamente nesses países aos quais m referi.

até mais
bjs pra vc e pro seu papi

gui makoto disse...

quando era pequeno também tive aulas de flauta doce, depois fui pra uma banda de fanfarra e comecei a tocar uma flauta doce 'trasnversal', vulgo pícaro..quis aprender violão, mas não deu pra fazer aula e quando compro o violão, fico sem tempo.

ah mais um dia eu aprendo violão, ah se aprendo!

ahahhaa

parabéns a sua banda de uma só
;]

Luiz Augusto disse...

Muito bom o texto, a propósito eu comecei com um piano (mas tenho teclado), agora consegui fazer minha mãe compra violão e pedi guitarra pro meu pai, é tão difícil comprar instrumentos e você vê videos do Paul Stanley do Kiss quebrando guitarras da Gibson no final de Rock and roll all nite, é foda... quem tem dinheiro não valoriza, quem dera eu ter uma guitarra da guibson, e continua com vontade de aprender instrumentos novos, daqui um dia pode ser um órgão, e quem sabe um violão cello...

http://casosdeformiga.blogspot.com/

Eugenio Hoch Junior disse...

Só para constar, algumas bandas famosas ganham guitarras de patrocinadores, por isso alguns deles destroem elas nos finais dos shows. O Robert Smith (The Cure) disse em uma entrevista fazem 20 e tantos anos atrás que as guitarras que ele ganhava a mais ele doava para bandas novas. Se ele continua fazendo isso, por que vcs não pedem uma para ele? Vai que dá certo...

José Vitor Rack disse...

"Luiza, pare já com essa barulheira".

ADOREI!!!

Karam Jr, Elias disse...

Aquele chato que comprou primeiro a flauta doce, depois deu o teclado, após relutou com o violão mas não só deu-o como pagou as aulas, em seguida teve que negociar aquela linda guitarra vermelha e branca pq ela queria mesmo já era um saxofone, mas moravávamos em apartamento e o barulho seria infernal.
AQUELE CHATO SENHORES LEITORES ERA EU SEU PAPI e agora ela ainda vem a público me entregar pra todos vocês. Só pode ser VINGANÇA pq até hj não dei o tal do saxofone.rs rs rs rs
Querida filha te amo muito vc é D+ e é a minha escritora preferida.

Camila disse...

duiashudashduisadsa
mas eu pedia e nenhum instrumento ganhava, quer dizer flauta e teclado eu tive, e ate um mini piano, e um violao sem corda q minha mae doou para alguem, mas nunca soube tocar nada.
bjaooo

Luiza Prestes Karam disse...

Epa! Em momento algum disse que meu pai era chato, muito pelo contrário, a pentelha era eu. O sax eu comprarei, mas meu boneco do Snoopy, ainda estou aguardando...

Anônimo disse...

E como eu adoraaaava esse tecladinho cretino, e ficava tirando as músicas de ouvido!! Hahahahaha

E você esqueceu de comentar que na fase do violão, reptia mil vezes o CD do Madredeus, lembra?? "Aaaaai que niiiiiinguém voollllltaaaa... Ao que jááááá deixouuuuu..."

Credo, que inveja dessa pima magra e talentosa... =^(

Em tempo: parabéns por mais um excelente texto!!