Dia do escritor

24.7.08


O escritor Erico Verissimo em suas suas memórias, Solo de clarineta, em certo momento descreve sua passagem por Portugal e como seu povo o recebeu calorosamente como se fosse um velho conhecido. Em Coimbra, uma senhora debruçada na janela ficou extasiada ao vê-lo caminhar em sua rua: “O Sr. Erico Verissimo em carne e osso passando pela frente de minha casa! Quem diria? Só pode ser um milagre do meu querido Santo Antônio!” Erico e sua esposa Mafalda foram até sua janela e conversaram com a leitora lusitana.

Pude ver o encantamento de uma pequena cidade no Rio Grande do Sul, cujo nome não me recordo, de colonização alemã. Estava eu na casa de minha amiga Maíra, quando seu pai, o escritor Charles Kiefer, chegou e disse “ah, que bom vocês estarem aqui. Eu vou a tal cidade (como disse, não me lembro do nome) para dar duas palestras em um colégio, para crianças e para adolescentes. Voltaremos hoje mesmo, vamos?” E lá fomos nós. A cidade ficava a umas duas horas de Porto Alegre, se não me falha a memória.

Primeiramente um bate-papo com as crianças. Elas levantavam o dedinho para falar e uma aluna do primário fez uma pergunta que agradou Charles: “isso parece pergunta de escritora”, e ela respondeu “mas eu sou escritora”. A menina já havia publicado um livro. Ao final, ele autografou os livros infanto-juvenis de sua autoria para os estudantes. O que ele não viu, mas eu e Maíra presenciamos foi a entusiasmo com que a precoce escritora foi correndo mostrar o livro autografado para sua mãe que a abraçou fortemente na saída da escola.

Depois, alguns professores fizeram questão de nos levar a um café colonial. Dava para ver nos olhos e no sorriso o orgulho daquelas pessoas de terem na grande mesa um escritor falando de igual para igual. Pessoas que utilizaram seus livros em sala de aula puderam conversar pessoalmente com o autor que aceitou o convite de viajar, mesmo sentindo fortes dores por causa de uma costela quebrada dias antes.

2 comentários:

Denise Machado disse...

Ah...
Me lembrou o dia que virei criança, ao lado (de frente) de LFV.
Beijo.

Camila disse...

ser escritor é uma arte... eu admiro mto essas pessoas que apesar da fama continuam como iguais aos seus fãs..


beijaooo