Estava já finalizando um texto sobre o meio de transporte coletivo em Curitiba, algo meio humorado, mas como depois ocorreu o grave acidente no centro da cidade, obviamente não serei espírito de porco de postá-lo agora.
Sou usuária de ônibus desde que me conheço por gente. Sejamos francos, senhores e senhoras administradores de nosso sistema de transporte: esta cidade está longe de ter o melhor meio de transporte coletivo, como gostam de espalhar aos quatro ventos.
Foi divulgado na mídia: em junho de 2009, a porta de um ônibus, mesmo modelo do acidente de ontem, os tais Ligeirinhos, abriu a porta sem o comando do motorista e atingiu um motoboy. Mais grave ainda, no começo do mesmo ano, um outro coletivo lotado também abriu a porta em movimento e uma mulher de 29 anos morreu na hora ao ser arremessada para fora e ser esmagada pelas rodas do veículo.
Como estava muito lotado, algo muito comum, a porta não aguentou a pressão e cedeu. O que fizeram? Simplesmente colaram adesivos nas portas com o seguinte aviso: "Atenção, não encoste nas portas". Antes disso, havia uma campanha com um desenho de carro, mostrando que ali só havia espaço para quatro pessoas e no ônibus para quarenta. O intuito era conscientizar a população a utilizar meios de transporte coletivo. As ruas estão cada vez mais engarrafadas e ao invés de colocarem mais ônibus em circulação e incentivarem o povo a deixar o carro na garagem, simplesmente colocam adesivinhos inúteis.
Esses dias achei estranho quando entrei no ônibus e percebi que andava lentamente, já que aquele motorista sempre corria e dava freadas bruscas. Vi que ele mexia a cabeça de um lado para outro, meio aborrecido, e resolvi perguntar se o veículo estava com algum problema. Ele explicou que o ônibus era novo e que possuía três tipos de freios. Um deles é de segurança e serve para o veículo não trafegar de portas abertas. Ele até anda com as portas abertas, mas bem devagar. Mesmo estando todas fechadas, o tal freio estava acionado. Ainda comentei com ele: "antes o freio engatado do que estar sem freio".
Acredito realmente ter sido falha mecânica no acidente em que duas pessoas morreram na manhã de ontem. Outro dia, novamente quando tive de trocar de ônibus (também novo) por ter ocorrido uma falha, o motorista comentou que quanto mais parafernálias tem o veículo, mais fácil de ter problemas.
O motorista que dirigia quando o ônibus desgovernado bateu em uma loja, está sendo tratado como criminoso. No hospital em que estava internado para observação, havia policiais do lado de fora do quarto. Para evitar a fuga do coitado? Ele também é vítima.
As condições em que eles e os cobradores trabalham é desgastante. Volta e meia escuto as queixas deles. Às vezes, precisam correr para cumprir o horário, evitando assim advertências de fiscais. Como fazer quando há muitos carros nas ruas? Como cumprir o horário neste caso? Mas, que importância tem isso para aqueles engravatados atrás da mesa com ar condicionado que deveriam cuidar das pessoas e do transporte? E os donos das empresas de ônibus?
Segundo a imprensa, o motorista responderá por homicídio culposo. Lembra um pouco aquelas histórias da aviação brasileira: sabemos que as pistas dos aeroportos não possuem boa estrutura, os controladores de voo e pilotos estão sobrecarregados, há falhas nas aeronaves, no entanto quando há qualquer acidente, a culpa é sempre do piloto.
Sou usuária de ônibus desde que me conheço por gente. Sejamos francos, senhores e senhoras administradores de nosso sistema de transporte: esta cidade está longe de ter o melhor meio de transporte coletivo, como gostam de espalhar aos quatro ventos.
Foi divulgado na mídia: em junho de 2009, a porta de um ônibus, mesmo modelo do acidente de ontem, os tais Ligeirinhos, abriu a porta sem o comando do motorista e atingiu um motoboy. Mais grave ainda, no começo do mesmo ano, um outro coletivo lotado também abriu a porta em movimento e uma mulher de 29 anos morreu na hora ao ser arremessada para fora e ser esmagada pelas rodas do veículo.
Como estava muito lotado, algo muito comum, a porta não aguentou a pressão e cedeu. O que fizeram? Simplesmente colaram adesivos nas portas com o seguinte aviso: "Atenção, não encoste nas portas". Antes disso, havia uma campanha com um desenho de carro, mostrando que ali só havia espaço para quatro pessoas e no ônibus para quarenta. O intuito era conscientizar a população a utilizar meios de transporte coletivo. As ruas estão cada vez mais engarrafadas e ao invés de colocarem mais ônibus em circulação e incentivarem o povo a deixar o carro na garagem, simplesmente colocam adesivinhos inúteis.
Esses dias achei estranho quando entrei no ônibus e percebi que andava lentamente, já que aquele motorista sempre corria e dava freadas bruscas. Vi que ele mexia a cabeça de um lado para outro, meio aborrecido, e resolvi perguntar se o veículo estava com algum problema. Ele explicou que o ônibus era novo e que possuía três tipos de freios. Um deles é de segurança e serve para o veículo não trafegar de portas abertas. Ele até anda com as portas abertas, mas bem devagar. Mesmo estando todas fechadas, o tal freio estava acionado. Ainda comentei com ele: "antes o freio engatado do que estar sem freio".
Acredito realmente ter sido falha mecânica no acidente em que duas pessoas morreram na manhã de ontem. Outro dia, novamente quando tive de trocar de ônibus (também novo) por ter ocorrido uma falha, o motorista comentou que quanto mais parafernálias tem o veículo, mais fácil de ter problemas.
O motorista que dirigia quando o ônibus desgovernado bateu em uma loja, está sendo tratado como criminoso. No hospital em que estava internado para observação, havia policiais do lado de fora do quarto. Para evitar a fuga do coitado? Ele também é vítima.
As condições em que eles e os cobradores trabalham é desgastante. Volta e meia escuto as queixas deles. Às vezes, precisam correr para cumprir o horário, evitando assim advertências de fiscais. Como fazer quando há muitos carros nas ruas? Como cumprir o horário neste caso? Mas, que importância tem isso para aqueles engravatados atrás da mesa com ar condicionado que deveriam cuidar das pessoas e do transporte? E os donos das empresas de ônibus?
Segundo a imprensa, o motorista responderá por homicídio culposo. Lembra um pouco aquelas histórias da aviação brasileira: sabemos que as pistas dos aeroportos não possuem boa estrutura, os controladores de voo e pilotos estão sobrecarregados, há falhas nas aeronaves, no entanto quando há qualquer acidente, a culpa é sempre do piloto.
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