William Homer

29.11.07
Foi-se o tempo em que o âncora do jornal era um simples apresentador. No Brasil, a pioneira não foi a Rede Globo, mas mesmo assim, atualmente o jornal de sua emissora é o mais visto nos lares brasileiros, o Jornal Nacional. William Bonner não fica apenas sentado em frente ao teleprompter lendo as notícias. Ele é também o editor-chefe do telejornal e decide o que vai o que não vai ao ar. Ou seja, o jornalista só mostra os interesses dos detentores do poder e da empresa onde trabalha, como se ele próprio fizesse parte disso, mas não faz. Ele veste tão bem a camisa da Rede Globo, que na morte de Roberto Marinho, chorou ao ler ao vivo a carta escrita pelos filhos do falecido. Existem alguns jornalistas defensores da idéia de interpretar a notícia e outros de opinar sobre ela. William Bonner misturou as duas, e entendeu que interpretar era representar e não se fazer entender. Assim como um ator, Bonner interpreta o que lê. Faz gestos, sorri, fala ironicamente e dá entonação de voz diferente a cada assunto. Ao representar como um artista, acaba opinando e influenciando alguns telespectadores. Em 2005, deu uma declaração infeliz ao comparar o espectador de seu telejornal com o personagem Homer Simpson. Mas ele está mais para Homer do que nós, porque quem se curva perante os desejos do patrão é ele.

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